A moda reflete a sua identidade

Se eu não fosse costureira (ou se eu não trabalhasse com moda, na verdade), eu ia sofrer muito. Na verdade, eu ainda sofro! Desde que eu me lembro, eu sempre quis coisas muito específicas que crio na minha mente e é raro encontrar no mundo real algo que atenda as minhas espectativas. Uma vez eu quis uma sapatilha azul marinho que a Melissa lançou dois anos depois de eu sonhar com ela. Lembro de ter procurado em absolutamente todas as lojas que consegui entrar até desistir dela. E a verdade é que, depois que guardo uma peça de moda na cabeça, ela nunca mais sai de lá. kkkkk

Teve um tênis que eu queria MUITO, mas era uns 450 reais. Eu devia ter uns 16 ou 17 anos, e não tinha o dinheiro. Era um tênis botinha, bem mais “fino” que um All Star e de salto. Como um sneakers (lembra deles?), mas muito mais “leve” e INTEIRO no mesmo tom de azul estonado, com um cadarço arredondado, acho que de couro, lindinho! Sonho com ele até hoje!

Claro, outras coisas que eu enfiei na minha cabeça eu consegui, como o tênis da Adidas que comprei porque “era como andar nas nuvens”. Era caríssimo pra mim, 700 reais! Quase impensável, e minha mãe me julgou horrores, mas eu encasquetei com ele. Provei em quatro lojas antes de comprar, mas consegui e uso até hoje, mais de seis anos depois. Inclusive, já está quase se aposentando, furei ele três vezes no mesmo lugar, em carrinhos de supermercado. Só a ideia de deixá-lo ir já me dá um nó no estômago!

Outras peças eu ganhei e se acabaram porque eram de materiais ruins ou não eram resistentes o bastante. Como minha "calça prateada", que eu chamo assim carinhosamente. Era de veludo, num tom entre o prata e o chumbo, brilhante! Quero ela de volta até hoje, já faz uns 15 anos que ela morreu, mas não encontro o tecido perfeito pra fazer. Quase comprei um em Buenos Aires, mas deixei passar. Hoje, eu me pergunto se foi uma boa escolha. Quem sabe um dia eu crio coragem de importar ou ache esse tecido por aqui em algum inverno. Claramente, não vou desistir dela táo cedo, eu já tenho até a modelagem.

Também teve saia que nunca foi minha realmente porque não cabia em mim, mas amei tanto que guardei por anos no meu armário, acreditando que um dia eu iria servir nela. Em algum momento de lucidez, doei para que alguém que servisse naquele 42 e pudesse ser feliz com aquela saia maravilhosa. Mas ela continua aqui, guardada na minha cabeça, e um dia, quando eu achar o tecido ideal, na cor ideal, ela será minha.

Agora, vamos falar sobre aquela bolsa que eu devia ter comprado. No mesmo ano em que gastei uma pequena fortuna em presentes de Natal, eu NÃO comprei para mim aquela belezura por 350 reais. QUE ECONOMIA PORCA, CAMILA DO PASSADO! Era um terracota belíssimo, em couro, com textura de crocodilo (esperando que não um croco real!!). Uma mini maleta de trabalho, quadradinha, linda!!!!

A ideia de fazer roupas que saem da imaginação da cliente, vão durar uma vida, ou que podem ser replicadas em tamanhos diferentes quando necessário, me enche de sentimentos positivos. Durante toda a minha existência, eu quis que isso fosse uma realidade: criar algo na minha cabeça e poder colocar em prática. Acho que esse é um dos motivos pelos quais eu criei a Camola. Possibilitando que outras pessoas que não desenham e não costuram também possam ter essa experiência, que e sempre desejei ter. 

É exatamente isso que quero proporcionar a você, com a Camola: peças únicas que contam a sua história, que se encaixam na sua vida e que, assim como as lembranças que guardamos, se tornam parte da sua identidade. Na Camola, cada detalhe é pensado para refletir quem você realmente é, porque a moda não é só sobre aparência, mas sobre conexão e significado. Não deixe de explorar as possibilidades de criar roupas que não apenas vistam bem, mas que também expressem a sua individualidade!


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